O documento disponibilizado
abaixo foi produzido pela educadora do Museu Casa Histórica de Alcântara, Liz
Renata Lima Dias, e traz diretrizes para atingir a conduta ideal dos
recepcionistas de museus em geral, bem como de todos que trabalham em locais
desta natureza. Esperamos que ele contribua com outras instituições, proporcionando
a excelência no atendimento. Ressaltamos que o documento foi produzido a partir
da experiência concreta vivenciada no cotidiano do Museu Casa Histórica de
Alcântara.
1. DEFINIÇÕES
“Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da
sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, e que adquire, conserva,
pesquisa, comunica e expõe, com a finalidade de estudo, educação e lazer, os
testemunhos do Homem e seu meio ambiente”. (Conselho Internacional de
Museus/ICOM – 1989).
“As instituições museológicas são
compreendidas como práticas sociais colocadas ao serviço da sociedade e de seu
desenvolvimento e comprometidas com a gestão democrática e participativa”. (DEMU/IPHAN/Minc
– 2004).
2. FUNÇÃO:
·
investigação;
·
conservação;
·
comunicação.
A função do museu deve centrar-se
em poder colocar a população local em contato com sua própria História, suas
tradições e valores. Por meio destas atividades o museu contribui para que a
comunidade tome consciência de sua própria consciência de sua própria
identidade que geralmente tenha sido escamoteada por razões de ordem histórica,
social e racial.
(Documento do Conselho Internacional de Museus, 1986).
3. SETORES NO MUSEU
·
Pesquisa
·
Acervo/ Exposição
·
Educativo
·
Comunicação
·
Administração
4. INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS/IBRAM
Órgão criado em janeiro de 2009 a partir do Departamento de Museus
e Centros Cultural – DEMU/IPHAN. Todos os museus que estavam sob a
administração do DEMU/ IPHAN, incluindo o Museu Casa Histórica de Alcântara,
passaram para a ser administrados pelo IBRAM.
5. TIPOS DE MUSEUS
·
Museu de Arte
·
Museu de Arte Sacra
·
Museu Histórico
·
Museu Cultura
·
Museu de Ciências Naturais
·
Museu de Ciência e Tecnologia
·
Ecomuseu
6. CUIDADOS COM O ACERVO
·
Fotografias: o flash das máquinas fotográficas podem prejudicar peças do acervo. O clarão do flash é rico em ultravioleta (UV) e que pode
prejudicar os pigmentos de cores das obras de artes e peças. Trata-se de um
processo cumulativo de destruição.
·
Alimentos e bebidas: a presença de alimentos e
bebidas no espaço interno das exposições pode ocasionar acidentes envolvendo o
acervo e o próprio visitante, além de prejudicar a limpeza do ambiente.
·
Manuseio das peças do acervo: exceto em museus
onde a interatividade é proposta da instituição, o manuseio de objetos do
acervo deve ser por profissionais especializados e com materiais próprios como
máscaras e luvas, evitando prejuízos às peças e as próprias pessoas.
·
Cigarros: são proibidos porque a fumaça
danifica peças e não é bem vindo em espaços coletivos fechados.
·
Vigilância: todos os profissionais que
trabalham nos museus devem zelar pela segurança do acervo, estando atento ao
comportamento dos visitantes e evitando deixá-los sem acompanhamento.
7. ATENDIMENTO AO PÚBLICO
•
Definição: “...é se dar e servir às pessoas, é orientar alguém ou grupos que possuem
diversas necessidades, dificuldades e interesses, alguns são comuns, outros são
completamente diferentes”.
•
No atendimento não
importa o nível hierárquico do funcionário dentro da organização. Todos que
tiverem contato direto ou indireto com o visitante serão considerados pessoas
envolvidas na função de atendimento.
8.
OS
PÚBLICOS DO MUSEU
·
Por faixa etária: crianças, jovens, adultos,
idosos.
·
Por motivação: exposição de longa duração,
curta duração, eventos escolares, eventos culturais, entre outros.
·
Por localidade: comunidade, turistas
regionais, nacionais, internacionais.
·
Específicos: portadores de necessidades
especiais, grupos escolares, pesquisadores.
9.
PERFIL DOS
RECEPCIONISTAS DE MUSEUS
educação
|
simpatia
|
Boa
vontade
|
desinibido
|
percepção
|
ética
|
conhecimento
|
paciência
|
criatividade
|
pontualidade
|
condição
física
|
equipe
|
10.
APARÊNCIA PESSOAL
A aparência
é sem dúvida a primeira impressão que temos do outro, para isso é necessário:
·
Roupas: manter as
roupas limpas e passadas. Evitar
decotes, saias muito justas e curtas.
·
Sapatos: evitar
sapatos altos e desconfortáveis. Sandálias baixas são ideais para a realidade
de Alcântara, mas chinelos não se aplicam ao ambiente de trabalho.
·
Acessórios: usar
brincos, pulseiras e colares com bom senso.
·
Maquiagem: a maquiagem
deve ser extremamente suave, apenas para dar um pouco de cor no rosto. Um pó,
sombra clara e batom são suficientes. Se possível fazer o retoque da maquiagem
, mas não em público.
·
Perfume: deve-se
moderar com o uso do perfume. Durante o dia prefira colônias com fragrâncias
leves.
·
Cabelos: limpos,
preferencialmente presos, os homens devem estar com cabelos cortados ou presos.
- Unhas: As unhas dos homens devem estar aparadas e os dedos de preferência sem anéis. As unhas das mulheres devem estar em tamanho proporcional ao da mão, de preferência esmaltadas em cores claras.
- Barba: os homens não devem esquecer de fazer a barba.
·
Postura: As costas retas são mais elegantes e ajudam a diminuir o cansaço das
pernas. Em pé, evite apoiar-se em apenas um deles, o que não é elegante e ao
mesmo tempo ainda é mais cansativo. Ainda quando estiver em pé, as mãos devem
estar colocadas para trás e sobrepostas ajudam a manter o equilíbrio e a
postura ereta. Ao
cumprimentar alguém, ofereça a mão apenas como segurança, evite beijinhos
·
Cigarro: mesmo os
fumantes, jamais devem fumar na frente dos visitantes e evitar antes e durante
o trabalho já que o cigarro causa mau hálito.
11. POSTURAS
NO ATENDIMENTO
·
Manter sigilo e
discrição em situações que envolvam a vida particular e/ou pública dos
visitantes.
·
Garantir o anonimato
e privacidade dos visitantes.
·
Manter discrição
sobre a vida pessoal e profissional de colegas de trabalho.
·
Assegurar o sigilo
quanto a informações concernentes ao trabalho.
·
Recepcionar
visitantes especiais, idosos e crianças oferecendo o apoio necessário
·
Em situação de
pressão, manter-se de acordo com a etiqueta de recepção e atendimento ao
visitante.
·
Solicitar serviços
de apoio, quando necessário (médico, farmácia, polícia, e similares).
12.
COMO
PROCEDER NO ATENDIMENTO
·
Pessoal: inicialmente fazer a saudação,
apresentar-se e destacar as normas e procedimentos existentes no museu. No decorrer do roteiro manter-se a frente das
pessoas passando as informações de maneira clara, direta e pausadamente (mas
não muito lento) a fim de possibilitar às pessoas a realização de perguntas. O
tom da voz deve ser adequado (nem muito baixo e nem muito alto). Quando receber
grupos solicitar antes de iniciar o roteiro que as pessoas permaneçam juntas, a
fim de evitar dispersão por vários ambientes gerando descontrole. É importante
durante o acompanhamento manter a postura de liderança, ser perceptivo para
atender às necessidades do visitante e agir com hospitalidade. Quando não souber
responder a algum questionamento, pedir desculpas e informar que será
pesquisado. Anotar e informar aos responsáveis do museu as dúvidas, sugestões e
reclamações dos visitantes. Agradecer a visita ao final do roteiro.
·
Telefone: Ao atender não diga alô. Identifique
a empresa, órgão, instituição. Faça a saudação e informe o seu nome. Use termos fáceis de serem entendidos, evite termos de intimidade, não
confie na sua memória (anote os recados), seja discreto(a) e fale somente o
necessário. Pergunte o nome do interlecutor antes de repassar a ligação para
outro funcionário.
13.
QUE
IRRITAÇÕES PODEMOS EVITAR?
·
Prometer e não
cumprir;
·
Indiferença e
atitudes indelicadas;
·
Não ouvir o
visitante;
·
Dizer que ele não
tem o direito de reclamar;
·
Agir com sarcasmo e
prepotência;
·
Questionar a
integridade do visitante;
·
Discutir com o
visitante;
·
Não dar retorno ao
visitante;
·
Usar palavras
inadequadas;
·
Apresentar aparência
e postura pouco profissionais.
14.
OS PECADOS
DE UM ATENDIMENTO
·
Apatia: a pessoa que
presta o serviço aparentemente não se importa com o visitante.
·
Deus me livre: quando
a pessoa que pratica o serviço e quer se ver livre do visitante o mais rápido
possível, mesmo que não resolva o problema.
·
Frieza: falta de
simpatia e gentileza.
·
Condescendência: quando
se trata o visitante como se ele estivesse em um nível inferior ao seu.
·
Robotismo: o
prestador de serviço se comporta como um robô, que age mecanicamente sem pensar
no que está fazendo, como se a mente estivesse em outro lugar e o corpo
trabalhando.
·
Inflexibilidade: quando
as regras não podem ser modificadas.
·
Pingue Pongue: quando
a pessoa que está prestando serviço fica “passando” o visitante de mão em mão
sem resolver o problema ou sem querer atendê-lo.
15.
RECEITA DE
UM BOM ATENDIMENTO
Por favor,
desculpe, obrigada e com licença são termos essenciais para o dia a dia.
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