É evidente que os padrões de moradia variavam de acordo com o estrato social do residente. Ainda que no começo da colonização as casa fossem indistintamente marcadas pela rusticidade e pela falta de elementos, o tempo – trazendo abundância de recursos econômicos aos senhores e qualificados artesãos para executar obras mais rebuscadas - se encarregou de fazer emergir a diferença. Aos casarões abastados, luxuosos e pejados de mobília, se contrapunham as moradas pobres, “choupanas de paus toscos e palhas de pindoba, mobiliadas com duas ou três esteiras, mesa e três pedras servindo de fogão”, conforme anotou Luis dos Santos Vilhena. É quase esse o cenário que aparece na pintura de Debret "Família pobre em casa" (Imagem 1). Outro relato, do francês Tollenaire, dá conta do interior de mais uma habitação desafortunada: “uma esteira, uma cuia ou cabaça e às vezes alguns potes de barro e andrajos, eis toda a mobília do lar de um casal negro”. A ilustração de Joaquim Cândido Guillobel (Imagem 2) confere mais propriedade à essa citação.
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